sexta-feira, fevereiro 26

Mas já chegámos à Madeira!?

Terça-feira, quatro da tarde.
A Ana pedala furiosamente na sua bicicleta elíptica enquanto eu nado cheio de energia à volta do meu aquário redondo. Work out time, people.
Toca o telefone mas ninguém atende, a avó dorme no sofá do quarto dela, a cabeça numa posição anatomicamente impossível e não ouve nada apesar dos gritos da Boneca.
-VOVÓ O TEFONE! VOVÓ O TEFONE!
Nada!
A Ana salta da elíptica ainda a correr, agarra no telefone coloca aquilo em alta-voz e atende.
Do outro lado oiço a voz de um tipo carregada de pronúncia alentejana.
- Ana? Estás boa? Estás com uma voz esquisita. O que é que estás a fazer?
- Estou a treinar na elíptica, estou um bocadinho ofegante é só isso.
- Estás nua?
- Nãããããõ...eu não tenho o hábito de fazer ginástica nua.
- Então estás com uns calções curtinhos e um top, não é?, diz o tipo com voz animada.
- E se estivesse?
- Diz-me ao menos que a roupa é bastante transparente!
- Olha, isto não se vai tornar num daqueles telefonemas tipo heavy breather pois não? Género tarado, não, pois não? É que eu sei quem tu és.
Risos.
Silêncio.
- Liguei-te para te perguntar se está tudo bem com aquela tua amiga da Madeira. É que tenho andado ocupado e só hoje é que me apercebi que aquilo do sábado passado foi mesmo em grande. Sabes alguma coisa dela?
- Da Carla? Está tudo bem com ela...pronto! rua dela já não existe e tem pedras até meio da janelas do piso térreo e para além disso a vista da casa dela é a daquela ribeira que se vê na tv cheia de carros. Mas tirando isso está tudo bem.
Risos.
Silêncio.
- Falei com o teu irmão. Já sei que também se divorciou. Pareceu-me bem.
- Então não há-de estar bem? Finalmente caiu na realidade. Aterrou. Do melhor. E era o que tu devias fazer. Se queres que te diga não percebo o que é que ainda fazes casada!
- Mas será assim tão bom ser divorciado? Não me digas que é só acção.
- Do mais.
Silêncio.
- Agora a sério, é meio parado...mas tenho algumas coisas em vista.
Risos.
- Não sei como aguentas continuar casada! Bom era voltarmos à Madeira. Até tive a pensar que se te divorciasses até ao verão podíamos combinar e ir passar umas férias à Madeira. A malta ia divertir-se furiosamente!
- Deixa ver se eu percebi bem: tu queres que eu me divorcie para podermos ir à Madeira no verão...
- Mais coisa menos coisa é isso. Eu depois telefono.

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

-Jonas, diz ela desligando o telefone, põe isto por escrito por favor. Tenho esperança que ao ler a conversa consiga perceber realmente o que se passou aqui...

2 comentários:

Anónimo disse...

sim, realmente isto e' de loucos... :)

Jonas disse...

É do caraças!
:o)